quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aspectos Históricos e Culturais da Percepção da Dor

Um dos grandes enigmas da biologia é a razão pela qual a dor é uma experiência tão subjectiva. Ser capaz de suportar a dor depende em grande medida da cultura e da tradição.

Basta observarmos os fenómenos religiosos para verificarmos que todas as religiões têm encorajado os seus mártires a ter experiências dolorosas com o objectivo de purificarem o espírito. Outro exemplo são os faquires, quando caminham sobre o carvão em brasa, as suas peles começam a ficar chamuscadas e a cheirar a carne queimada, só que eles não o sentem.

Outro exemplo importante do controlo da dor é a meditação, como as técnicas de meditação e regeneração biológica demonstram, a mente pode aprender a dominar a dor. Isto é particularmente verdadeiro nos momentos de crise ou exaltação, quando a concentração em algo exterior a nós parece desviar a mente do corpo, e o corpo da dor e do tempo.

Outro factor importante é a nossa vontade inata de nos querermos superar. “[1][1]Uma parte da nossa psiqué é um verdadeiro cronometrista-meteorologista. Gostamos de saber, a que velocidade corremos, que altura saltamos, quanto tempo conseguimos suster a respiração debaixo da água, mas também de verificar regularmente os nossos limites, ansiosos por saber se mudaram...” factores que acontecem também com a dor, queremos sempre aguenta-la o máximo possível.

Em muitos casos a explicação das reacções que temos à dor está no medo que temos da dor. Para a nossa cultura, o parto é uma experiência dolorosa, embora para as mulheres de outras culturas não, por exemplo há culturas em que as mulheres interrompem o seu trabalho no campo para dar à luz, retomando-o logo a seguir. Por todo o mundo os rituais de iniciação e de adolescência são acompanhados de muita dor, que os iniciados têm que ultrapassar.

Estes exemplos revelam bem a especificidade do fenómeno da dor e a sua difícil compreensão, sendo importante ter sempre em linha de conta os factores culturais, sociais, psíquicos e biológicos do fenómeno. A dor tem de ser compreendida e entrepretada na sua totalidade, e não individualmente.

Bibliografia:htt//psicoforum.br.tripod.com

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